Filipinas: dicas úteis para planear a viagem

À primeira vista, as Filipinas não são um destino turístico óbvio, mas uma rápida pesquisa na internet mostra-nos locais verdadeiramente impressionantes que parecem bonitos de mais para serem reais: praias de areia branca e mar de um azul intenso, vulcões ainda ativos, arrozais delicados, montanhas com cumes arredondados, lagos encantados, formações rochosas originais, peixes exóticos de todas as cores e um fundo do mar intacto e virgem. Mas, neste caso, a realidade vai ainda mais longe do que a nossa imaginação.
Com 7107 ilhas, situadas entre o Mar das Filipinas e o Mar da China Meridional, as Filipinas são abençoadas com uma diversidade natural incrível e merecem uma visita demorada. Este território que, atualmente, conta com uma população de mais de 100 milhões de pessoas, foi descoberto pelo português Fernão de Magalhães, em 1521, durante a primeira viagem de circum-navegação, quando este se encontrava ao serviço do rei de Espanha. Daí ter sido batizado “Las Islas Filipinas”, em honra de Felipe II. O domínio espanhol prolongou-se por mais de 300 anos e deixou marcas profundas naquele país que ainda hoje é, na sua maioria, cristão. Encontramos, aliás, referências à Bíblia por toda a parte: em cartazes, nos triciclos e até nas palavras-passe do Wi-Fi nos hotéis.

As ilhas estão agrupadas em três divisões geográficas: Luzon, a Norte, onde se encontra a capital Manila, a segunda cidade mais populosa do país; Visayas, no Centro, onde estão as ilhas mais turísticas; e Mindanau, a Sul, uma região não recomendada para os turistas, por ser considerada propensa a raptos e outros atos de terrorismo. No Norte, estão os vulcões Mayon e Kanlaon, ainda em atividade. O país localiza-se numa região sísmica, registando-se, com frequência, pequenos tremores de terra. Durante os 15 dias em que estive nas Filipinas, tive conhecimento de um sismo, que foi notícia em Portugal, embora não o tenha sentido.
O clima é tropical quente e húmido durante todo o ano, dividindo-se essencialmente em duas estações: a seca, de Dezembro a Maio, e a das monções, de Junho a Novembro. Apesar de as temperaturas médias rondarem uns invejáveis 26 graus, os meses de Janeiro e Fevereiro são os mais frios. Os meses de Julho a Setembro são os mais propícios aos tufões, registando-se, em média, 19 por ano. É preciso ter tudo isto em conta quando se planeia uma viagem às Filipinas, pelo que a melhor altura para visitar este país será entre Março e Maio.
Encontrada a melhor altura para viajar, é importante decidir que ilhas visitar. Recomendo Luzon, onde está Manila e onde se pode visitar o vulcão Mayon e as plantações de arrozais; Cebu, onde se pode, por exemplo, nadar com tubarões-baleia e visitar as impressionantes quedas de água “Kawasan”; Bohol, onde podemos encontrar as Colinas de Chocolate, cujos cumes redondos ficam acastanhados na época de Verão, assemelhando-se a uma tablete de chocolate gigante, e o tarsier, um dos mais pequenos primatas do mundo; Boracay, a ilha mais turística e conhecida pelos seus areais paradisíacos e pelo inesquecível pôr do sol; Palawan e Coron, onde encontramos fantásticos lagos protegidos por escarpas enormes, que se lançam para fora de água com formatos surpreendentes, e praias longínquas, que são o verdadeiro paraíso na terra.
Como a deslocação entre ilhas não é simples, sendo o meio de transporte mais rápido o avião, para conhecer alguns dos pontos mais bonitos deste país, é preciso tempo. No meu caso, tinha apenas duas semanas, pelo que tive de optar por Bohol, Boracay e Coron. Cebu e Palawan ficarão para outra oportunidade.

Planeamento
O ideal será planear a viagem com um mínimo de dois meses de antecedência, de preferência fora do período da Páscoa, de forma a encontrar viagens e hotéis mais baratos. Para pesquisar voos, recomendo os sites Skyscanner e o Edreams, bem como os das companhias locais: a Philippines Airlines, a Air Asia, a Cebu Pacific (a única que me deu alguns problemas) e a Sky Jet, com aviões modernos, mas pequenos, o que impõe algumas limitações no peso e tamanho das malas de viagem. De Lisboa para Manila, optei pela Emirates, via Dubai, duas viagens, que duram entre 8 a 9 horas cada, dependendo se o trajeto é de ida ou de volta.
Depois de escolher as datas, pesquisei os hotéis através do site Booking. A variedade de preços é enorme. Para dar apenas um exemplo, é possível encontrar um hostel que cobra apenas 5 euros por noite, já com pequeno-almoço incluído, bem como um hotel de 5 estrelas que custa 300 euros por uma noite. Tudo depende da intenção e do orçamento.

Transporte
A rede de transportes é ainda deficiente nas Filipinas, pelo que a melhor forma de nos deslocarmos entre ilhas é de avião. O problema maior é que a maioria das ligações implica uma escala na capital Manila. Como estive em três ilhas diferentes, além de Luzon, onde está Manila, fui obrigada a visitar o aeroporto quatro vezes.
Apesar de já ter sido considerado um dos piores do mundo, tem vindo a ser modernizado. A minha experiência foi positiva, no entanto, tive o cuidado de, ao escolher as ligações, verificar se estas eram no mesmo terminal. Mudar de terminal poderia significar demorar muito tempo e perder o avião. Nas ilhas, as deslocações fazem-se em carrinhas ou em triciclos, um transporte muito comum, utilizado por turistas e locais, além dos barcos, para as excursões ou até para chegar ao hotel.

Segurança
Manila é considerada uma cidade perigosa, tendo já sido apelidada de capital mundial dos raptos. Não é, por isso, recomendável frequentar alguns locais, sobretudo à noite. Apesar de ter alguns monumentos interessantes, como as minhas prioridades estavam noutras ilhas, optei por ficar em Manila apenas o tempo necessário para seguir para a minha primeira paragem, o aeroporto de Tagbilaran, em Bohol.
Foi apenas uma noite, pelo que escolhi um hotel perto do aeroporto, de forma a agilizar a viagem de táxi. Mesmo assim, estive cerca de duas horas à espera de transporte. O trânsito na capital é caótico e as buzinadelas são uma constante, de dia ou de noite, tornando uma pequena viagem de carro numa aventura.

Moeda e língua
A moeda oficial é o peso filipino. Um euro corresponde a cerca de 52 pesos. Existem máquinas multibanco espalhadas por todo o país, sobretudo, nos pontos mais turísticos, como Boracay. É também possível trocar dinheiro em várias lojas de câmbio. No meu caso, como as ligações aéreas me obrigavam a regressar ao aeroporto de Manila, foi aí que troquei e levantei dinheiro. As excursões e as refeições são bastante acessíveis. A viagem de táxi em Manila, entre o aeroporto e o hotel custou 240 pesos, cerca de 4,5 euros. Em Boracay, paguei por uma excursão, que incluía almoço, 750 pesos, cerca de 14 euros, e em Coron, as refeições no hotel custavam 300 pesos, cerca de 6 euros, e incluíam sopa, dois pratos, fruta, água e café.
A língua oficial é o filipino, baseado no tagalo, da etnia maioritária daquele país, mas também o inglês. “Salamat Po” significa obrigado.

Gastronomia
As Filipinas são um dos maiores produtores de arroz do mundo, mas conseguem consumir ainda mais do que produzem. Em todas as refeições, é quase obrigatório servir arroz, que acompanha com frango, marisco e carne de porco. O prato nacional é leitão recheado de papaia e folhas de tamarindo assado na brasa. Na fruta, destaca-se a manga, muito doce e saborosa.
Deve beber-se apenas água engarrafada e evitar alimentos crus.

Saúde
A rede de saúde apresenta bastantes deficiências, pelo que é aconselhável levar medicamentos que podem ser necessários, como analgésicos, anti-inflamatórios, anti-histamínicos e antidiarreicos. Antes de ir, poderá aconselhar-se na Consulta do Viajante. É importante fazer um seguro que cubra toda a viagem, que inclua eventuais despesas médicas.

Fuso horário
Mais 8 horas em relação a Portugal.

Entrada
Os turistas portugueses estão isentos de visto para estadias não superiores a 21 dias, sendo apenas necessário ter o passaporte com validade superior a seis meses.

Créditos da imagem: Helena Simão
Este texto integra a rubrica “Planear” do portal SAPO Viagens.

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7 Comments

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