Filipinas: 15 lugares que tem de visitar

A Oriente, há um país imenso, constituído por 7107 ilhas, muitas delas inabitadas. A Oriente, há lugares tão deslumbrantes quanto diferentes, tão surpreendentes quanto abençoados pela natureza. A Oriente, há mundos diferentes do nosso, culturas diferentes da nossa, que se dissipam apenas com um sorriso. A Oriente, há um país de vibrações intensas que vale a pena descobrir. Devagar. São as Filipinas.
O caos visual e sonoro da capital, Manila, situada na região de Luzon, é apenas para enganar. Dali, estamos a apenas um voo de cerca de uma hora para o paraíso, para as muitas paisagens de paraíso que podemos encontrar.
Mergulhei neste lugar encantado durante duas semanas, mas precisava de muito mais tempo para descobrir alguns dos lugares que considero “imperdíveis”. Esta foi a primeira de outras viagens que espero fazer a este país, descoberto por um português, ao serviço de Espanha, em 1521.
Deixo a lista dos 15 lugares mais especiais das Filipinas:

1. Chocolate Hills – ilha de Bohol

Visíveis do avião, que se prepara para aterrar em Tagbilaran, na ilha de Bohol, estas montanhas com cumes arredondados parecem desenhadas de propósito, tal é a sua semelhança. São 1268 colinas que se diluem no horizonte a perder de vista, depois de subirmos a um miradouro com quase 200 degraus.
Entre Março e Maio, os meses de Verão, quase não chove e os cumes destas colinas ficam acastanhados, assemelhando-se a uma tablete de chocolate gigante. A origem desta formação geológica invulgar não é conhecida. Há teorias que apontam para uma consequência da erosão provocada pelos ventos e outras que defendem que são fruto de um fenómeno vulcânico sub-oceânico.

2. Fundação Filipina do Tarsier – ilha de Bohol

Na localidade de Corella, encontramos a Fundação Filipina do Tarsier, ou társio, considerado o primata mais pequeno do mundo. Trata-se de um projeto a cargo de Carlito Pizarras, que, desde criança, cuida destes pequenos animais carnívoros. Em 1996, havia menos de dez exemplares.
Atualmente, são mais de cem numa floresta que podemos visitar, em silêncio. Isto porque os társios, com um corpo que não ultrapassa o tamanho da mão de um adulto, uns olhos grandes e umas patas a condizer, gostam de dormir durante o dia. Ainda assim, vão abrindo os olhos, de vez em quando, enquanto se agarram ao tronco de uma árvore, fazendo as delícias de quem os visita.

3. Virgin Island – Panglao

É chamada ilha virgem porque ninguém vive nesta comprida língua de areia que entra mar adentro. A curiosa vegetação no meio da água faz-nos pensar que encontramos um oásis no deserto, neste caso, numa piscina sem fim, que é este mar de cor clara e transparente.
É um lugar paradisíaco, que fica a cerca de 15 minutos de barco da ilha de Panglao, e que esconde inúmeros segredos debaixo de água, destacando-se as surpreendentes estrelas do mar de várias cores, tamanhos e feitios.

4. Whale Shark Watching – ilha de Cebu

Apesar de gigantes, os maiores podem atingir os 25 metros de comprimento, os tubarões baleia são completamente inofensivos, já que se alimentam de plâncton. A sul de Cebu, na pequena povoação de Oslob, é possível vê-los e até nadar com eles. Sempre em segurança.
Não muito longe da praia, e assim que começam a ser alimentados, dezenas de tubarões baleia aproximam-se dos barcos cheios de turistas. É nessa altura que os mais corajosos se atiram à água para os observar de perto. Uma experiência única e inesquecível.

5. Kawasan Falls – ilha de Cebu

Dizem que são das cascatas mais bonitas do mundo. A oeste da ilha de Cebu, junto à localidade de Badian, encontramos as Kawasan Falls, que são constituídas por três quedas de água, que vão diminuindo de tamanho, sendo a primeira a maior e a mais espetacular.
A água do rio Kanlaob cai de uma imponente parede rochosa para uma espécie de piscina em tons de azul turquesa. Um cenário natural que impressiona. Não muito longe dali, fica a segunda cascata, mas, para chegar à terceira, mais pequena, o caminho torna-se mais denso, selva adentro. Vale a pena percorrer o caminho ao longo do rio e aventurar-se num dos pequenos lagos que se vão formando e que, ao contrário das cascatas, não têm ninguém.

6. White Beach – ilha de Boracay

A mais conhecida ilha das Filipinas tem apenas 7,2 quilómetros de comprimento. Apesar das pequenas dimensões, é grande no que tem para oferecer: praias de areia branca e águas tranquilas, onde apetece mergulhar, oferta gastronómica e de lazer e animação noturna.
Apesar de ser procurada por turistas oriundos de todo o mundo, a White Beach, o maior areal da ilha, tem ainda recantos calmos e paradisíacos, sobretudo na estação 1. E mesmo com a multidão que se junta na praia, o pôr do sol é um momento especial e inesquecível. É, sem dúvida, um dos mais belos do mundo.

7. Barracuda Lake – ilha de Coron

A natureza aprimorou-se nas paisagens de Coron Island, um pequeno grupo de ilhas formado por Coron, Uson, Apo, Bulacao e Cabilauan, na província de Palawan. Por aqui, as paisagens são de cortar a respiração e os sons são de uma natureza viva e virgem, como se estivéssemos a descobrir a região, como se o homem ainda não tivesse ali chegado alguma vez. Por aqui, o silêncio é valioso e avassalador. Fazer parte desta experiência é algo grandioso e mágico.
Há vários lagos e todos são de uma beleza estonteante. Com águas de imensos tons de azul e verde, qual deles o mais bonito, e com formações rochosas enormes que crescem para o exterior em formatos originais e pontiagudos, são lugares de uma beleza impressionante. O Barracuda Lake deixou-me sem fôlego, sobretudo por causa da paz que emana daquele lugar, já que tive a sorte de o visitar quando não se encontrava mais ninguém.

8. Kayangan Lake – ilha de Coron

Há paisagens que ficam para sempre e esta é uma delas. Para chegar ao Kayangan Lake, temos de subir cerca de 150 degraus e, depois, voltar a descer. Mas, antes, há que parar no topo e apreciar a vista sobre a Baía de Coron. A mistura dos rochedos com aquela água límpida e brilhante é pura magia para os nossos olhos.
Tive a sorte de ter tempo para estar neste lugar paradisíaco. Por aqui, absorvi com todos os sentidos despertos as emoções que um lugar destes transmite. E enquanto o sol quente da hora de almoço nos lembrava que era altura para estar à sombra, foi-nos preparado um almoço de peixe e frango, numa barraca de madeira com vista para a baía.

9. Peixes palhaço – ilha Bulog II

A ilha Bulog II é um pequeno pedaço de terra numa imensidão de mar azul claro, mas, aqui, o importante é ter os olhos postos nesta água tão límpida e tépida, nesta água que esconde segredos de uma vida colorida e surpreendente debaixo de água. Com água pela cintura, é possível vislumbrar os tons laranja e branco dos peixes palhaço, os conhecidos “Nemos” dos filmes de animação.
Em grupos de três ou quatro, brincam ao sabor da leve ondulação sem medo dos olhares dos viajantes. Sabem que, na sua casa, as anémonas-do-mar, estarão a salvo. Apesar de serem venenosas e de capturarem peixes com os seus tentáculos, perante a presença de peixes palhaço, como que adormecem. É uma ajuda mútua. A anémona não o reconhece como presa e o peixe palhaço está protegido dos seus predadores.
O fundo do mar está recheado de recifes de coral e de peixes de todas as cores em vários pontos de Coron.

10. Malcapuya Island – Coron

A cerca de uma hora e meia de barco, a partir da vila de Coron, em direção a sul, encontramos três pequenas ilhas: Bulog II, Banana e Malcapuya. Todas merecem uma visita e cada uma tem os seus encantos. Destaco a ilha Malcapuya que, com águas claras e transparentes a perder de vista, e areia clara como algodão, é um verdadeiro milagre da natureza.
A ilha tem ainda algumas palmeiras que nos protegem do sol quente de verão e, principalmente, do lado direito, alguns rochedos que lhe dão ainda mais encanto. É um lugar mágico e digno dos postais mais belos das Filipinas.

Localizado a cerca de 50 quilómetros a Norte da cidade de Puerto Princesa, a principal da ilha, este parque é Património Mundial da UNESCO desde 1999 e uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo. Mistura uma paisagem impressionante de rochas de calcário, em plena selva filipina, uma das mais importantes da Ásia, com um rio subterrâneo de mais de oito quilómetros.
Pelo caminho, encontramos grandes formações de estalactites e estalagmites e várias câmaras, desembocando no Mar da China Meridional. O parque ocupa 3900 hectares e abriga 11 ecossistemas diferentes. Por aqui, encontramos várias espécies ameaçadas, tais como o faisão-esporeiro, o morcego-raposa, a lontra (Aonyx cinerea), os pequenos pandas, as civetas e os texugos.

12. El Nido – ilha de Palawan

Apesar de ser uma pequena povoação de pescadores, El Nido é um local cheio de turistas, o que acaba por lhe tirar algum encanto. No entanto, ainda é possível visitar pequenas ilhas desertas, muitas das quais privadas, e até pernoitar em algumas delas. Obrigatória é a visita às lagoas. A grande, a pequena e a secreta são famosas pelos seus rochedos imponentes e pelas cores intensas da água, à semelhança dos lagos de Coron.
A viagem faz-se de barco até à Big Lagoon e, daí, os turistas nadam até à lagoa mais pequena, durante cerca de 20 minutos. Existe a opção de alugar um caiaque e fazer uma viagem mais confortável.

13. Mayon Parque Natural do Vulcão – ilha de Luzon

O vulcão Mayon, na província de Albay, é o mais ativo do país e conhecido pelo seu impressionante cone quase perfeito com 2463 metros de altura. Entrou em erupção pelo menos 50 vezes nos últimos 400 anos, a mais destrutiva foi em 1814, quando morreram cerca de 1200 pessoas. A última erupção foi em 2009.
Apesar dos perigos óbvios, a população, dedicada quase exclusivamente à agricultura, fixa-se por perto, já que os terrenos vulcânicos são bastante férteis. Na parte inferior, é visível um campo de arroz e plantações de coco com tomate e legumes.

14. Terraços de arroz de Banaue – ilha de Luzon

Os terraços de arroz de Banaue existem há pelo menos dois mil anos. São considerados pelos filipinos como a oitava maravilha do mundo. O local foi classificado Património da Humanidade pela UNESCO. Banaue fica na região das cordilheiras das Filipinas.
A técnica de plantação na forma de degraus é milenar e resulta de um método muito antigo de irrigação, que continua a ser muito eficaz. O povo Ifugao utiliza este sistema de modo sustentável e produtivo há gerações, convivendo e interagindo com a natureza de modo harmonioso. Os campos estão a 1500 metros de altitude numa vasta área de dez quilómetros quadrados. Os arrozais ficam a dez horas de viagem de autocarro desde a capital Manila.

15. Monte Hamiguitan – ilha de Mindanao

Foi incluído na lista de Património Mundial da UNESCO, em 2014, por “ser habitat terrestre e aquático de uma série de espécies de flora e fauna, algumas ameaçadas, sendo que oito habitam apenas nesta região.” Com 1620 metros de altura, é o santuário de muitas espécies, algumas endémicas da região. A montanha tem uma área de floresta protegida de cerca de dois mil hectares, a única nas Filipinas, com algumas espécies raras de flora a fauna.

Créditos da imagem: Helena Simão
Este texto integra a rubrica “Viajar” do portal SAPO Viagens.

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6 Comments

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    • Helena Simão
      Setembro 8, 2017
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