Há nãos que doem mais do que outros. Mas porquê? Não deveriam todos atingir o mesmo nível de dor? Tudo depende da expetativa que depositamos no seu oposto. Porque há sins que valem muito mais do que outros. Há sins que parecem ditar se a nossa vida continua ou se fica parada algures num impasse de tempo e de espaço.
Por isso, há nãos que nos atingem como raios, que nos deitam ao tapete, que nos deixam em ferida por dentro, que nos deixam suspensos sobre se haverá mais alguma palavra a dizer a seguir. Há nãos que nos fazem duvidar se vem mais alguma coisa ou se mais vale não acreditar em coisa nenhuma. E não é porque não tivéssemos antecipado esta possibilidade de a vida nos dizer um redondo não. Não. Mas porque colocámos ali todas as nossas esperanças, arriscámos tudo o que tínhamos. Ou tudo ou nada. E o resultado foi nada.
Há nãos que magoam tanto… Há nãos que nos deixam sem reação, sem resposta, sem fôlego, sem fé. Fica apenas uma grande desilusão, uma grande frustração, um grande vazio. Mas é depois desses nãos que voltamos a eliminar todas as expetativas. Voltamos ao início, sem grandes ilusões, sem grandes sonhos. E o presente, este aqui e agora, volta a saber melhor.
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