Faz-te de vida

Faz-te de vida, de amor, de paz. Faz-te de força, daquela força que se constrói com a idade, com os tropeções que damos nas pedras que, inesperadamente, se colocam no nosso caminho. Faz-te de resiliência. Protege-te do mundo das desilusões com uma capa de confiança e não de desconfiança. Tenta não esperar nada, apenas aproveita o que te é oferecido com um sorriso, e vais ver que o que recebes é muito mais. E tu mereces esse muito mais em vez do assim assim. Tu mereces todos os sorrisos que estão guardados para ti.
Faz-te de paciência, de camadas de paciência que te protejam contra os longos invernos da vida. O tempo ensina-nos a saber esperar, a saber aguentar o frio para saborear a chegada do calor e ensina-nos, sobretudo, a aproveitar o inverno e a enfrentá-lo com alegria. Porque tudo depende da forma como olhamos para o mundo. Nós somos o filtro.
Faz-te de sabedoria, de uma sabedoria que vem de dentro de ti, da tua voz interior. Essa sabedoria não é mais do que um aceitar que a vida pode correr para onde quiser que nós saberemos ir com ela, aproveitá-la, senti-la, vivê-la. Essa sabedoria não é mais do que ter a liberdade de ir de olhos fechados sem saber que chão estamos a pisar, sem planos, apenas sonhos.
Faz-te de espontaneidade. Quando menos esperares, a vida retribui-te com mais vida, mais amor, mais paz.