Tristeza, não te demores. Tristeza, não prolongues a minha dor. Não faças deste momento mais do que é, apenas um pedaço de tempo com espaço a mais, uma bola de sofrimento que me atingiu, mas que vai continuar a sua trajetória. Tristeza, não vale a pena insistires. Não posso impedir que venhas, é inevitável que te cruzes no meu caminho, mas vai, sem olhares para trás.
Deixa-me enxugar as lágrimas que trouxeste, deixa-me libertar a mágoa a que me prendeste, deixa-me desatar os nós do passado, do que não foi, do que não aconteceu, do que não veio. Vai e deixa-me ficar só, frente a frente comigo. Deixa-me prestar contas ao meu coração, deixa-me alimentar a minha fé e erguer de novo.
Tenho um encontro marcado com a alegria. E, quando chegar, quero que me conheça de sorriso rasgado, de olhar presente, iluminado pela esperança, mãos abertas prontas para partilhar e para agarrar o mundo. Quando chegar, quero que sinta o conforto de um lar, o aconchego de um pai ou de uma mãe, o calor da amizade. Alegria, que venhas para ficar.
Créditos da imagem: Helena Simão
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