Terra de contrastes e de paisagens muito diversas, Maiorca é um destino surpreendente. A maior ilha das Baleares, Espanha, tem tudo para agradar aos que gostam de praia, aos que gostam de história, aos que gostam de animação e aos que gostam de sossego. Das férteis planícies centrais aos cumes da Serra de Tramuntana, que se estende ao longo de 80 quilómetros pela costa oeste da ilha, das praias com extensos areais e um mar azul, com temperaturas a rondar os 25 graus, cristalino às enseadas rodeadas de rochedos imponentes, que guardam calas quase secretas e arrebatadoras, há muito para conhecer e descobrir. O difícil é escolher.
Basta dizer que as Baleares, com inúmeras paisagens de cortar a respiração, ocuparam, em 2016, o terceiro lugar da lista das melhores ilhas do mundo, uma votação a cargo dos leitores da prestigiada revista de turismo Condé Nast Traveller. Maiorca tem mais de 260 praias, algumas junto de povoações, logo mais movimentadas, outras que nem areia têm, mas com muitos outros encantos. Há locais para famílias e multidões, com parques de estacionamento e bares e restaurantes, e locais para quem quer fugir da confusão. Basta, para isso, alugar um carro ou uma mota, agarrar num mapa ou no GPS e partir à aventura, de máquina fotográfica em punho.
O domínio islâmico, durante mais de 300 anos, depois da invasão da Península Ibérica em 711, é ainda visível, sobretudo em alguns nomes de povoações e na arquitetura dos edifícios. Depois da conquista da ilha, o rei Jaime I mandou construir a Catedral de Palma de Maiorca, na capital da ilha, sobre uma antiga mesquita. Construído entre os séculos XIV e XVI, o imponente monumento gótico, com vista privilegiada para o Mar Mediterrâneo, ocupa uma área de 6600 metros quadrados.
Também conhecido por “A Seu”, é considerado um dos templos góticos mais notáveis de todo a Europa. Além de possuir a roseta de maior diâmetro do mundo, 13 metros, pelos quais entram os raios de sol nascente que iluminam todo o altar, a sua cúpula atinge os 44 metros de altura. A catedral tem também criações do arquiteto catalão Antoni Gaudí, que datam do início do século XX.
A entrada principal encontra-se encerrada com um gradeamento, pelo que os visitantes têm de entrar por uma porta lateral, depois de comprarem o bilhete, que custa 7€. A riqueza histórica é imensa. Por exemplo, na capela da Trindade, repousam os restos mortais dos reis Jaime II e III.
Do lado esquerdo, encontra-se o palácio Almudaina, uma antiga fortaleza árabe, que era usada como residência dos reis mouros e que passou a ser utilizada pela família real espanhola para cerimónias civis. Depois de visitar estes dois monumentos, vale a pena passear pelas ruas mais estreitas e antigas do centro da capital, uma cidade repleta de turistas e de movimento, mas com locais inspiradores.
Dado um mergulho pela História espanhola, é hora de partir à descoberta de algumas das praias mais bonitas da ilha. Apesar de estar instalada em Magaluf, uma das zonas mais movimentadas, a minha intenção era descobrir locais mais recatados e tranquilos. Comecei por percorrer o sudoeste da ilha. Foi aí que conheci Cala Llamp, onde não há areia, apenas rocha, e uma cor de mar avassaladora. A paisagem convida a estar um pouco e a contemplar o horizonte. O acesso é feito através de um restaurante com piscina e espreguiçadeiras. Muito perto, encontra-se o porto de Andratx, local que já foi um refúgio de pescadores e se tornou num dos pontos mais turísticos de Maiorca.
Sant Elm é uma pequena povoação debruçada sobre o Mar Mediterrâneo com um pequeno areal. Com parque de estacionamento e restaurantes junto à praia, é um lugar, ainda assim, tranquilo e simpático, que vale a pena desfrutar com calma.
Em plena Serra de Tramuntana, mais a Norte, encontrei uma cala praticamente deserta, a D’Estellencs. Além de não ter areia, apenas rochas e algas, o acesso automóvel é bastante limitado. Para lá chegar, existem dois caminhos muito estreitos, onde cabe apenas um automóvel. Aqui, impera o silêncio, interrompido esporadicamente por algumas vozes de quem opta por se sentar na única esplanada existente.
Um pouco mais acima, fica a povoação de Valdemossa, uma das mais bonitas da ilha. Construída numa colina, como se fosse um presépio, as habitações são em pedra castanha. Em quase todas as casas, há plantas e flores, o que tornam este lugar muito pitoresco e cheio de charme. Foi nesta vila que viveu a santa mais venerada da ilha, Catalina Thomàs, e que se inspiraram escritores e compositores, como Chopin, que ali passou algum tempo.
A região Norte esconde alguns paraísos, como é o caso da Cala Barques, em Pollença. Descobri esta pequena praia por acaso, mas fiquei rendida à paz que emana daquele lugar protegido pelos imponentes rochedos. Daqui, fui à descoberta de uma das praias mais conhecidas de Maiorca, a de Formentor, junto ao cabo com o mesmo nome. O caminho é um serpenteado de subidas e descidas pela Serra de Tramuntana com uma vista deslumbrante sobre o mar.
A praia de Formentor é uma baía extensa e com paisagens encantadoras. O estacionamento é pago, independentemente do número de horas, mas vale a pena. Apetece mergulhar nestas águas tépidas e tranquilas e descansar um pouco sob as árvores que nos protegem do sol. É, sem dúvida, das melhores praias da ilha. Ainda no Norte, é conhecida a praia de Muro, um extenso areal com uma enorme oferta de hotéis, ideal para famílias. Mas destaco a Cala Agulla, no nordeste da ilha, outro lugar que me impressionou pela sua beleza natural. De areia fina e águas claras, tem a paisagem ideal para passar aqui algumas horas muito agradáveis.
Mas é no sul e, sobretudo, no sudeste de Maiorca, que estão guardados os locais mais surpreendentes. A primeira praia que encontramos é a Cala Pi, uma pequena, mas bela enseada com água azul turquesa e envolvida por rochedos. Pi vem dos pinheiros, que dão sombra e tornam aquele cenário ainda mais apetecível. Em direcção a Este, encontramos a praia Es Trenc, onde também se paga o estacionamento, um extenso areal de mais de três quilómetros, que vale a pena conhecer.
Parece que estamos numa praia das Caraíbas, mas estamos mesmo aqui ao lado, a cerca de duas horas de avião, desde Lisboa.
Para o fim, ficam as melhores praias. Conheci por acaso a Cala S’Almunia, um local rochoso, onde a cor da água mais me impressionou pela limpidez e intensidade. Não há estacionamento próximo, por não ser permitido, pelo que é necessário fazer uma longa caminhada a pé.
Mesmo ao lado, encontra-se Caló des Moro, um pequeno paraíso que não é muito fácil de descobrir. Existem uns trilhos pela serra escondidos com pequenas portas de madeira, mas que não estão trancados. É só abrir, continuar caminho até encontrar um lugar que parece esculpido no meio dos rochedos, uma imagem digna dos postais mais belos das Baleares. Para lá chegar, é preciso descer com cuidado os degraus de pedra e areia. O areal é muito pequeno e enche-se rapidamente, mas é obrigatório dar um mergulho retemperador nesta paisagem deslumbrante.
Cala Llombards é outra enseada por onde o mar entra, formando uma pequena praia, bastante procurada por famílias, já que existe algum estacionamento. E, por fim, visitei Mondragó, uma reserva natural de quase 800 hectares que guarda duas bonitas praias ligadas por um caminho de pedra: Cala de Sa Font de n’Alis também conhecida por Mondragó, e praia S’Amarador. O contraste entre a cor da areia, da água e da natureza envolvente torna este lugar o cenário perfeito para um final de férias inesquecível.
Créditos das imagens: Helena Simão
Este texto integra a rubrica “Viajar” do portal SAPO Viagens.
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