Não te encontrei. Não encontrei o teu sorriso na esquina do costume, junto ao café de todos os dias. Não encontrei a tua voz doce e suave, tão calma e apaziguadora quanto um abraço. Não encontrei o teu olhar perdido na imensidão do céu, sabe-se lá à procura de quê.
Não te encontrei. Não estavas em nenhuma rua por onde deambulei, aflita, desanimada, triste. Não estavas onde sempre te vi, a beber um café descontraído, enquanto lias as notícias do dia. Não te encontrei ou simplesmente não sei quem és? Não te encontrei ou não vivemos na mesma cidade nem temos os mesmos horários? Será que alguma vez nos cruzámos neste ritmo alucinante que preenche os nossos dias, nesta loucura vazia de sentido, apenas cheia de tarefas?
Não te encontrei, mas procuro-te no silêncio da noite, no tempo que passa devagar sempre que a minha mente resolve viajar para as perguntas que não sei responder. Procuro-te na ausência de vida que há em mim, no vazio de cor deste dia, no espaço imenso de tempo por preencher.
Créditos da imagem: Direitos Reservados
Seja o primeiro a comentar