Por vezes, ganha o desalento, ganha a tristeza, ganha a solidão. Por vezes, sentes que te perdes por dentro, sentes que não sabes onde é o teu lugar, sentes que não sabes quem é aquele rosto que vês ao espelho e que devias ser tu.
Por vezes, queres desligar as complicações e não consegues, queres apagar as palavras ditas sem querer e já não é possível, queres pintar o dia de outra cor que não seja cinzento. Por vezes, deixas que as tempestades dos outros te atinjam, deixas que os golpes dos outros te levem ao tapete, deixas que as obrigações, as regras ou os horários te impeçam de respirar. Vives ou sobrevives a um ritmo alucinante sem fazer nada do que realmente gostas, deixando escapar o que resta da vida que escondes secretamente dentro de ti.
Vives numa roda gigante de altos e baixos ao sabor da vontade do mundo e já nem te lembras do que queres. Até quando? Vais deixar que te levem acorrentado a uma vida que só te tortura e suga as poucas energias que te restam? Vais deixar que os outros se alimentem da tua dificuldade em dizer que não e usem e abusem da tua paciência? Rasga, grita, parte, desafia, ousa, mas sente. Liga-te ao coração e deixa que te comande. Só tu tens o poder de mudar.
Créditos da imagem: Helena Simão
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