Vai, que eu fico por aqui. É este o meu lugar, mesmo que já não seja nosso, mesmo que tenhas desistido de o construir, palavra sobre palavra, amor sobre amor. Vai, que eu continuo aqui. À espera que voltes, à espera que o teu coração te diga para regressares, à espera de uma chave que desbloqueie esta camada de incerteza que te envolve.
Vai, eu estou aqui. Não conheço outro caminho nem quero conhecer. Não há nenhum caminho que me possa levar para mais perto de ti. Não há nenhum caminho que cheire a ti, que me repita os teus gestos, que me deixe ouvir a tua voz a embalar-me como se fosses uma canção. Nada do que é teu está nesse caminho estranho e sombrio que eu não quero percorrer. Nada do que me liga a ti está nesse caminho que não é dos dois. E eu não quero perder o que ainda me resta de ti, o que ainda me faz viver, o que ainda me torna completa.
Vai, que eu prefiro ficar. Prefiro viver agarrada a um passado em que existi, em que fui mais do que mera sombra, do que uma mera marioneta, do que olhar para o reflexo de uma imagem vazia. Não quero ir para nenhum lugar que não seja contigo. És tu o meu caminho, o meu mundo, o meu lugar.
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