Eu sei que nem sempre te dou valor. Culpamos a vida por andarmos sempre a correr, por termos pressa de ir para todo o lado, porque queremos dar resposta a todos, responder às mensagens dos outros, ligar de volta a quem nos telefonou. Mas e nós? Nós somos as peças da engrenagem, os membros da equipa, as pernas da mesa. Somos nós que fazemos com que tudo o resto aconteça, com que tudo à nossa volta se mantenha em movimento.
Somos água e ar, somos alimento, somos energia e paz, somos alegria e sorriso. Mesmo nos momentos em que apenas nos sentimos zangados um com o outro ou apenas com o mundo. Mesmo nos momentos em que questionamos tudo e não sabemos rigorosamente nada do que andamos a fazer. Mesmo quando percebemos que estamos a ir numa direção que não nos vai levar a lado nenhum.
A verdade é que vamos no sentido certo porque estamos juntos, porque somos duas peças que separadas não funcionam, mesmo que juntas também pareçam não conhecer o sentido certo.
São as contrariedades do amor, são as reviravoltas dos desamores, de quem se apaixona e deixa de apaixonar, de quem se perdeu algures nessa procura incessante por um ideal que pode ou não ser amor.
Eu sei que nem sempre te dou valor, ou melhor, dou, mas não digo, dou, mas guardo os abraços para depois, para mais tarde. Hoje prometo não adiar mais abraços e não deixar nenhum beijo por dar. E vou querer repetir amanhã e depois de amanhã até que a eternidade faça sentido, até que o amor nos diga para onde ir.
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