Se não olharmos para trás, como poderemos saber quem somos? Como poderemos saber de onde viemos? De que somos feitos? Mas se não olharmos para a frente como poderemos saber quem queremos ser? Como poderemos saber quem poderemos vir a ser?
Entre uma espreitadela para o que ficou lá atrás e um vislumbre do que estará depois da curva, os pés movem-se em câmara lenta, receosos do desconhecido, do estranho, do misterioso. Andaram tanto para chegar até aqui, a este cruzamento do destino, e agora não sabem se hão-de embarcar na aventura ou se o melhor é ficar mais um pouco, permanecer neste chão que já conhecem de olhos fechados, contar os passos, embora os saibam de cor.
Se não olharmos para baixo, não aprendemos a conhecer as nossas fraquezas, as nossas limitações, mas se não olharmos para cima, nunca poderemos acreditar que não há limites, não há fronteiras, não há linhas intransponíveis, apenas as que criamos na nossa cabeça.
Tudo o que somos é a rede que nos protege daquilo que não queremos ser. Tudo o que fomos é a manta que abafa as nossas quedas. A dor do sonho existe, dilacera, deixa cicatrizes, mas é a prova de que há um futuro, há um amanhã.
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