Fala-me de ti. Diz-me quem tu és, diz-me o que vês quando te olhas ao espelho, diz-me quem vês quando te apercebes do teu contorno colado a ti enquanto caminhas. Fala-me dos teus sonhos, do que queres ser, no que te queres tornar. Tens muitos planos ou vives apenas um dia de cada vez? És um sonhador ou não acreditas no coração?
Diz-me como chegaste até aqui, o que te fez escolher os caminhos que te trouxeram até este momento, até este este lugar, até este encontro. Os teus olhos nos meus olhos. Os meus olhos a inundar o teu mundo ou simplesmente a aproveitar a janela aberta para as profundezas de ti.
Diz-me o que sentes quando olhas para esse mar imenso que tanto te aproxima do pulsar do universo como te afasta de um porto de abrigo. Navegas sozinho por águas turvas e violentas ou passeias tranquilamente nesse oceano de vida? Fala-me das tuas mãos, das quedas que suportaram, do calor que sentiram e da solidão que aguentaram. Tens aqui as minhas, agarra-as, leva-as para o teu mundo, segura-as como se te segurasses a ti próprio. Elas dirão quem és.
Créditos da imagem: Helena Simão
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