É no silêncio que me encontro quando me perco na teia de perguntas e na escuridão dos nãos que se vão amontoando no meu caminho. É nas lágrimas que encontro alimento para a dor que, por vezes, cresce dentro de mim. Não sou sempre forte. Nem sei sequer se sou forte. Vou-me abaixo umas quantas vezes. Caio, estatelo-me no chão, fecho os olhos e perco a noção do caminho, do que vejo, do que sou.
Fico confusa nesta constante da vida que são as suas subidas e descidas. Desoriento-me. Perco o foco. Não tenho medo de mostrar que sou frágil, que o meu coração se parte em mil bocadinhos que são difíceis de juntar e colar. Mas tenho medo de não me encontrar, de não saber responder a tantos porquês, de não encontrar saída para tantos becos. E é no silêncio de um mundo demasiado ruidoso e tumultuoso que preciso de estar para me encontrar.
É no silêncio de um abraço que encontro forças para voltar a juntar os cacos. É no silêncio de um amparo, de um sorriso, de uma resposta que é dada nas entrelinhas que encontro coragem para me levantar. É no silêncio que questiono se vale a pena, se valerá a pena passar por tantas tormentas, se é isto o meu caminho, se isto sou eu e se tinha de ser assim. Ou se estou a fazer tudo ao contrário. Como saber? Mas sei que o tempo tudo traz, as respostas e a paz.
Créditos da imagem: Helena Simão
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