Foste tu

Foste tu que me acordaste do sono profundo em que me encontrava. Nesse mundo em que apenas sobrevivia, os meus olhos não viam a luz do sol, os meus ouvidos não escutavam os sons da natureza, as minhas mãos estavam completamente vazias de afetos. Nesse mundo que os meus olhos não queriam ver, o meu coração estava adormecido, imune a tudo o que significasse sentir.
Mas tu despertaste-me, fizeste com que tivesse vontade de sair desses quatro muros que tinha erguido à minha volta para me proteger de um mundo que eu não reconhecia, onde não pertencia. Renovaste a minha força, aceleraste o meu coração, encheste as minhas mãos de um calor que desconhecia. Regaste a semente sem saberes que poderia crescer e desabrochar uma bonita flor. Simplesmente, acreditaste.
Foste tu que me deste a mão e ensinaste a dançar, ao ritmo de dois corações numa sinfonia perfeita, ainda que imperfeita, de amor. A vida está longe de ser perfeita e tu preferiste ficar nos momentos mais imperfeitos. Nos momentos em que menos acreditei em mim, tu estavas lá com a tua mão aberta à espera da minha. Foste tu que me ensinaste a dar o melhor de mim.

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