O restaurante Viva Lisboa do Neya Lisboa Hotel, situado perto do Saldanha, é a porta de entrada de muitos estrangeiros aos sabores portugueses, mas quer também seduzir quem trabalha na zona e gosta de comida tradicional com um toque contemporâneo e sofisticado. Nesse sentido, lançou recentemente o Menu de Degustação, assinado pelo chef Diogo Pimentel, inspirado em receitas de várias regiões do país que se misturam com as histórias de infância de muitos de nós.
Com apenas 24 anos, este jovem chef mostra já uma maturidade no prato fora de série e a prová-lo estão alguns prémios recebidos no âmbito do projeto gastronómico Tejo Gourmet. Mas Diogo Pimentel prefere falar na partilha de conhecimento e de histórias de todos os que com ele trabalham na cozinha, pois é, desta forma, que nascem as receitas. “Queremos dar a conhecer aos muitos estrangeiros que nos visitam os sabores de Portugal, aos quais adicionamos a nossa experiência e o nosso conhecimento”, refere. O resultado é uma combinação perfeita de passado, presente e futuro de uma gastronomia rica e muito diversificada.
O Menu de Degustação (45€) começa com um aveludado creme de tomate com escalfado de ovo e chips de presunto alentejano, que nos transporta para os dias quentes e para o conforto dos paladares. Segue-se uma viagem até ao norte do país com um bulhão pato de cogumelos. Os sabores intensos do alho e do azeite estão lá, mas, em vez de amêijoas, somos surpreendidos com cogumelos, que ligam muito bem com o molho. Este prato é também uma das opções vegetarianas disponíveis na carta para quem não come peixe ou carne.
De seguida, chega à mesa polvo na brasa com batatinha num lagareiro de alho, alecrim e molho de pimentos assados. Mais uma receita tradicional desmontada com alguns apontamentos inovadores que elevam os sabores a que estamos habituados para um universo mais requintado, mas, em simultâneo, fresco e leve. A carne é representada neste menu por secretos de porco ibérico grelhados com molho de ameixa num carolino de feijão e chouriço transmontano. São várias regiões e muitas tradições a dançar neste prato em completa sintonia. O arroz do Baixo Mondego, de onde o chef é natural, não podia faltar no menu.
Para terminar, mais uma sobremesa que todos conhecemos: o pudim abade de Priscos com limão e crocante de presunto. Notou-se a preocupação do chef em suavizar alguns sabores e o resultado é muito agradável.
Além deste menu, o restaurante aposta nos almoços de segunda a sexta-feira, entre as 12 e as 15 horas, tendo criado o Menu Executivo. Custa 13,50€ e inclui sopa ou entrada, uma de três opções de prato principal, sobremesa, copo de vinho ou água e café. Trata-se de um menu que pretende captar quem vive ou trabalha na zona e que, segundo o diretor do hotel, Rui Viegas, está a ter uma boa aceitação. “É, sem dúvida, um produto para os nossos clientes corporate que está a correr muito bem”, apesar de “existir ainda o estigma de frequentar o restaurante de um hotel”, admite.
Tranche de peixe-espada com crosta de broa e ervas, risoto de espargos verdes e peito de peru com molho de mostarda e mel, arroz selvagem e legumes grelhados são algumas das opções que, todas as semanas, variam para que os clientes mais assíduos possam ter sempre opções diferentes. A pensar nos dias mais quentes, o chef está a introduzir alguns pratos mais leves e frescos, como a salada de manga e abacate com pétalas de manjericão e sésamo.
O serviço à carta está disponível tanto ao almoço como ao jantar. Destacamos, no peixe, a tranche de peixe do dia num cremoso de coentros e berbigão (16€), na carne, o bife do lombo com queijo da serra, molho de mostarda e batata à portuguesa (14€) e, nas massas, o ravioli de abóbora, queijo de cabra e noz com molho de espinafres frescos (10€). Nos doces, a tentação é muita e há opções deliciosas, como o arroz doce com pêra rocha e moscatel de Setúbal (4€), torta de laranja com gelado de sésamo e suspiro de lavanda (5€) e leite creme de amêndoa (5€).
Os ingredientes utilizados são, sempre que possível, portugueses e oriundos de regiões próximas de Lisboa. Diogo Pimentel prepara-se mesmo para lançar no final de junho o Menu Portugal Sou Eu, onde todos os produtos são nacionais. “Será uma forma de enriquecer a carta com novas receitas todos os meses, baseando-se na sazonalidade da matéria-prima e na proximidade com os fornecedores”, reforça o chef.
Além desta ligação à terra – visível na decoração do restaurante e do próprio hotel – o Neya baseia-se num conceito 100% sustentável, a nível económico, ambiental e social. Criado em 2011 num edifício que se encontrava completamente degradado, este ‘quatro estrelas’ possui 76 quartos, dos quais cinco são suites, e quatro salas para eventos. Tem ainda um centro de relaxamento com banheiras de hidromassagem, tratamentos de beleza e massagens. Recebe, na sua maioria, estrangeiros oriundos da Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Brasil e América, um mercado que está em crescimento.
É um hotel, cuja pegada ecológica é zero. Além dos cuidados acrescidos com a separação dos lixos e com a poupança energética, a fonte de energia utilizada é 100% renovável. No final de cada ano, é feita uma medição da taxa de CO2 e do quanto contribuiu o hotel para a poluição ambiental. Para voltar ao zero, esses números negativos são traduzidos na plantação de um determinado número de árvores. No início deste ano, foram plantadas cerca de 700 árvores.
Trata-se de uma iniciativa louvável a que se junta outra, de cariz solidário: o Quarto Solidário. O hotel criou uma parceria com o Hospital Dona Estefânia, situado a poucos metros de distância, disponibilizando gratuitamente um ou mais quartos para os pais das crianças que ali se encontram internadas.
Créditos das imagens: Starting Today
Este texto integra a rubrica “Saborear” do portal SAPO Viagens.
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