Não foi uma despedida

Não foi uma despedida. Tanto tu como eu sabemos que essa palavra não consta do vocabulário que construímos. Foi um até já ou até um dia. Tu e eu somos os mesmos ainda que haja apenas um eu e um tu algures, em espaços diferentes, em linhas retas ou curvas, que não se tocam nunca. Somos os mesmos ainda que não voltemos a ser o que fomos antes de os nossos olhos se cruzarem, antes das nossas mãos se tocarem, antes dos nossos olhos se beijarem.
Somos os mesmos, mas mais fortes, mais verdadeiros. Somos os mesmos, embora saibamos que não podemos ser iguais porque os nossos caminhos não são iguais, apenas se cruzaram um dia para que pudéssemos ser o que somos agora. Não foi uma despedida. Foi um desafio ao sentido que a minha vida tem agora. Foi um teste à direção que o meu caminho leva desde que o teu caminho seguiu noutra direção.
Não é que esteja perdida entre becos sem saída e ruas de sentido proibido ou entre paredes inquebráveis e muros que não me deixam ir para lado nenhum. Não é que esteja desorientada com estas voltas e nós que a vida faz questão de dar para, depois, como que por magia, voltar a colocar tudo no seu devido lugar. Sei que não foi uma despedida, sei que estás comigo porque fazes parte de mim e do que sou. É como se estivesses em cada gota de sangue, em cada poro da minha pele. É como se fosses o meu oxigénio. Não foi uma despedida porque nunca haverá espaço suficiente para nos afastar.

Créditos da imagem: Direitos Reservados

 

Arquivo

Blogs Portugal

Um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *