Sonhei

Sonhei que ainda estavas aqui, ao meu lado, que seguravas a minha mão, como se nunca a tivesses abandonado, como se a quisesses proteger para sempre. Sonhei que não me tinhas deixado neste quarto vazio, que não tinhas transformado a minha vida nesta paisagem árida e deserta. Sonhei que havia cor e flores, sol e mar, pássaros a chilrear.
Sonhei que havia vida e, sobretudo, esperança. Sonhei que podia abrir os olhos e ver-te, demorar-me no teu olhar, navegar até às profundezas dos teus pensamentos sem qualquer receio. Sonhei que a minha vida era muito mais do que um sonho que nunca ousaria sonhar. Mas sonhei. Passei essa linha do “de mais para mim”. Passei e, por momentos, vivi no teu corpo, na tua alma, na tua vida. Por momentos, fui os teus lábios, fui o teu abraço, o teu coração a bater.
Até que abri os olhos. Acordei e as flores de todas as cores tinham desaparecido. De ti, nem sinal. De ti, apenas uma visita ao passado, cada vez mais distante, cada vez mais apagado. De ti, apenas fragmentos de uma vida que foi inteira. De ti, ainda (e sempre), a esperança de um novo sonho.

Créditos da imagem: Nathalie Aguiar

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2 Comments

  1. Abril 8, 2018
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    • Helena Simão
      Abril 9, 2018
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