Disseste-me

Disseste-me que era impossível, que não poderia voar, que nunca poderia tocar no infinito. Disseste-me que me deveria contentar com uma vida medíocre porque era assim que eu era, que não iria longe, que os meus sonhos exagerados nunca chegariam a lado nenhum. Disseste-me para não divagar, para me manter acordada nesta realidade que era a única que iria conhecer.
Disseste-me para ficar, para não tentar, para não ir por caminhos desconhecidos, para não me perder em ruas que nunca frequentei. Disseste-me para não experimentar coisas novas, para não arriscar, para não dar tudo. Podia sofrer, podia cair, podia ficar sem nada.
Mas de que serve sonhar se não posso acreditar? De que serve este querer, esta vontade de ir, de descobrir mundo, se não posso conquistar? De que serve ser medíocre se não posso ser fantástica por uma vez, mesmo que falhe em quase todas as tentativas? De que serve ter amor para dar se não devo sentir? Até que percebi que era apenas o medo a falar e que a coragem consegue superar todos os nãos.

Créditos da imagem: Helena Simão

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