Café Garrett: espaço icónico de Lisboa agora é vegetariano

É na cozinha que Anaisa Rashul se sente bem e, por isso, quando soube que o Café Garrett – um espaço icónico do Teatro Nacional D. Maria II, com 172 anos de existência, situado em pleno Rossio, em Lisboa – estava disponível, agarrou o desafio sem pensar duas vezes. A cafetaria, que serve refeições, está aberta desde o último mês, repleta de sugestões vegetarianas e vegan. O nome manteve-se, mas tem a assinatura de Ohana, o nome do primeiro restaurante que a jovem abriu há cerca de um ano e meio no Parque das Nações, também na capital.
Naz, como é tratada pelos amigos, seguiu as pisadas dos pais, que têm alguns negócios ligados à restauração em Moçambique, onde passou a sua infância. Apesar de ter estudado Arquitetura de Interiores no Dubai, a sua grande paixão sempre foi a alimentação e o curso de Nutrição Holística que tirou em Nova Iorque, nos Estados Unidos, forneceu-lhe as bases de que precisava para se lançar neste mundo.


O seu objetivo é mostrar que comer saudável também é comer com sabor. “As pessoas pensam que os vegetarianos só comem salada e que não gostam de comer e não é nada disso. Eu sou vegetariana e gosto muito de comer. Ser vegetariano não se limita à alimentação, é uma forma de estar na vida”, frisa e é essa maneira de ver e estar no mundo que Naz quer mostrar aos clientes do Café Garrett, na sua maioria, turistas estrangeiros.
Os seus clientes são a sua verdadeira inspiração. É a pensar naqueles que entram no seu espaço e nas suas histórias de vida que surgem as ideias para novas receitas. Algumas, no entanto, são ensinamentos da mãe e da avó. A família é, aliás, o pilar de Naz. Daí ser essa a palavra escolhida para tatuar no pulso e no nome dos seus dois espaços, embora em havaiano. ‘Ohana’ significa família e, para a jovem, ‘Ohana’ são todos os que experimentam a sua comida e se identificam com a sua forma de estar na vida. De bem com a vida.

As boas energias sentem-se, provam-se e aprovam-se. Depois de ter experimentado com sucesso no restaurante do Parque das Nações o buffet e o brunch, a responsável repete no Café Garrett ambos os conceitos. A abordagem centra-se agora nos lanches, nos snacks e nas sobremesas. Sendo diferente do Ohana by Naz, que é mais procurado para almoços e jantares, Naz teve de regressar à cozinha para testar, inovar e criar. “É como começar de novo”, revela com o brilho no olhar de quem coloca amor em tudo o faz.
Se o desafio veio na hora certa para a responsável, também a nova ementa parece ter surgido no momento oportuno. Para já, “está a ser uma experiência muito gratificante. As pessoas têm deixado mensagens muito positivas acerca da comida e do ambiente”, adianta a jovem.
De segunda a sexta-feira, há buffet, entre as 12h e as 15.30 horas por 10 euros. Ao fim-de-semana, há brunch (12€), a partir das 11.30 horas e até às 15.30 horas. À noite, os pratos são servidos à la carte, existindo duas sugestões diárias, como o strogonoff de seitan (10€), o caril tailandês verde (11€), o korma de manga (11€), o chili de soja (12€), as pataniscas com arroz malandro (9,50€) e a feijoada de tofu (12€).

A parte de cafetaria funciona todo o dia, entre as 9.30h e as 23 horas. Destaco a torrada de húmus de beterraba, uma receita de Naz que nos transporta para uma dimensão de frescura e de sabores intensos combinados de forma divinal. Mas também há torrada de manteiga de amendoim e banana e de pêra abacate.
Para os lanches, há iogurte natural com fruta (5€) e as panquecas com Nutella e fruta da época (6€). A salada de quinoa com grão, sementes de abóbora e tomate cherry (7€), e a salada verde com tofu, que leva espinafres, ervilhas salteadas com açafrão, cebola roxa e nozes (7,50€) são outras opções do menu.

Para beber, foram criados três sumos naturais: o de ananás, pêra e açafrão, o de laranja, cenoura e gengibre e o de maçã, limão e beterraba, que foi o que experimentei.
Escusado será dizer que está mais do que aprovado este conceito inovador num espaço da cidade com história. Nos próximos meses, Naz promete continuar a surpreender e vai lançar novas receitas e pratos.

Créditos das imagens: Direitos Reservados e Helena Simão
Este texto integra a rubrica “Saborear” do portal SAPO Viagens.

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Um comentário

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