Perco-me

Perco-me tantas vezes na ilusão de um sonho que se desfaz assim que amanhece. Perco-me tantas vezes na escuridão de um caminho que não conheço e que, na maior parte das vezes, não sei como atravessar. Perco-me tantas vezes nas dúvidas, nos pontos de interrogação, nas páginas em branco de um dia que não aconteceu como esperei. Perco-me demasiadas vezes…
Perco-me na linha ténue entre o saber e o não fazer a mínima ideia. Perco-me na loucura dos dias, na correria dos momentos que não se vivem porque o tempo escasseia para todas as intermináveis tarefas. Perco-me nas máscaras de rostos que não são o que parecem ou que não parecem o que são ou que não se deixam revelar.
Perco-me nos muros intermináveis de barreiras que não são mais do que os meus medos atirados ao vento e à chuva e à tempestade. Perco-me por querer fazer bem, por ansiar percorrer o caminho certo. Como ter a certeza? Estarei completamente perdida ou estou a dar os passos que deveria dar? Posso não saber as respostas, mas acredito no meu guião, acredito que tenho um papel e que só eu posso dar o melhor de mim no palco que é a minha vida.

Créditos da imagem: Helena Simão

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