A tua mão

Dá-me a tua mão e não a largues nunca. Eu serei os teus olhos quando não fores capaz de vislumbrar o caminho. Serei os teus ouvidos se ouvires apenas o ruído do mundo a descambar. Serei a tua voz e gritarei ao mundo que estás aqui. Serei o teu chão e o teu teto. Serei a brisa fresca num dia tórrido, a tua sombra quando o sol for demasiado forte, a tua manta e a tua fogueira. Serei luz e calma, silêncio e paz. Serei sentido e recomeço, fim e destino.
Não largues a tua mão da minha. Mesmo que queiras voar e vais querer. Vai, sabendo que terás sempre aqui o teu refúgio, o teu porto de abrigo, o teu lugar. Vai, sabendo que podes voltar sempre, mesmo que o teu lugar seja o mundo todo e seja longe do meu mundo. O meu mundo será sempre aquele onde tu estás. Vai, sabendo que a vida dá muitas voltas e muitas vão deixar-te perdido, sem saber para onde ir e em quem confiar.
Nas voltas da vida está toda a sabedoria de que vais precisar para saberes distinguir o que está certo e o que está errado, o que é para ti e o que não te diz nada. E nessas voltas, acredita, mesmo que não vejas, a minha mão estará sempre lá: para te agarrar, para te amparar, para te largar e deixar ir.

Créditos da imagem: Helena Simão

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