Adormeci no teu acordar

Adormeci no teu acordar, estendeste-me os braços e eu encostei-me sem pedir licença. Fechei os olhos e senti-me em paz, uma paz tão doce, que permiti ao meu corpo, sonolento e cansado, que descansasse. Adormeci quando acordaste. E tu deixaste que eu estivesse ali, a ocupar o teu mundo, junto do teu corpo, envolvida pelos teus braços. Deixaste que repousasse junto a ti o tempo que eu precisasse. Sabias que tinha sido um longo caminho, um árduo percurso até te encontrar.
Perdi-me tantas vezes! Andei às escuras durante tanto tempo sem saber onde estava, para onde ia ou quem eu era! Perdi a esperança tantas vezes! Desesperei, chorei, lamentei-me, perguntei por que razão não te encontrava. Nunca obtive resposta. Já duvidada que existisses. Duvidava de mim própria.
Pedia um sinal, algo a que me pudesse agarrar nos momentos mais dolorosos, nas lutas mais intensas que travei comigo própria. Esse sinal não surgia ou, pelo menos, eu não o conseguia ver, tal era o nevoeiro que se abatera dentro de mim. Até que te vi, ali adormecido, como se nunca tivesses ido a lado nenhum. Quando abriste os olhos e o teu coração sorriu para mim, pude, finalmente, descansar.

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