Perdi-te

Perdi-te. Neste grito suado, junto ao abismo, percebo finalmente. Perdi-te. Neste vazio de palavras que nunca ousei dizer, há só uma palavra que fica a exibir-se na minha cabeça. Perdi-te. Na verdade, nem sei se alguma vez te tive. Não sei se estiveste comigo de corpo e alma ou apenas de corpo.
Mas eu amei-te. Não sei por quanto tempo. O que importa? Amei-te nos encontros breves que tivemos e nos desencontros frustrantes, nas despedidas, nas dolorosas partidas em que o teu sorriso entristecia com o meu. Foi tão breve quanto eterno, tão fugaz quanto duradouro, tão ousado quanto sereno, tão leve quanto profundo.
Amei cada segundo que passei contigo, cada gesto teu, cada olhar com que enfeitiçaste os meus olhos, cada beijo com que incendiaste o meu corpo. Foi tão intenso quanto apaziguador. Foste o maior presente do meu passado, a lágrima de dor que não quero deixar cair. Amei-te. E é por te ter amado que te perdi.

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