Rua da Esperança

Procurei a esperança e só encontrei fragmentos de vidas sem sentido. Procurei a paz e só encontrei ondas de revolta, insaciáveis e turbulentas. Procurei a liberdade e só encontrei muros feitos de ideias limitadas e sonhos aprisionados em gaiolas. Procurei a fé e o que encontrei foi angústia e desilusão.
Procurei a coragem, mas apenas via medo, fantasmas de erros de um passado cruel e obscuro. Procurei sorrisos, que aliviassem a minha dor, mas foram tão efémeros que a minha ferida ficou ainda maior. Quanto mais procurava, mais me entristecia e mais desanimava. Estava longe, cada vez mais longe de tudo o que procurava, de tudo o que queria ser.
Quanto mais me esforçava menos conseguia alcançar. Quanto mais tentava mais desorientada ficava. Ate que me habituei à penumbra. Sem outras luzes que me ofuscassem, olhei apenas para mim. E foi no mais profundo de mim que encontrei a Rua da Esperança.