Valeu a pena?

Basta um momento, um tropeção, uma pequena distração e todo aquele frágil equilíbrio cai por terra. Basta uma notícia, uma ausência, algo que devia ter acontecido e não aconteceu para que todo o esforço, todo o caminho tenha sido em vão. Tanto tempo passou, tanta água correu em direção ao mar e parece que não saí do lugar. Tanto mundo que percorri e parece que não cheguei a lado nenhum.
Para quê? Valeu a pena? É como se o mundo se tivesse enganado e, de repente, o tapete já não está neste chão. Ontem, estava tudo no lugar e hoje está tudo virado ao contrário. Afinal, o que faço eu aqui? Construí um castelo de sonhos com tijolos de nuvens e paredes de ilusões. Parece que não passo de uma sonhadora. Mas o que farei se não puder acreditar, imaginar, criar? O que serei se não puder ser tudo o que eu quiser nem que seja na minha imaginação?
Se é para sonhar que seja em grande. Se é para ter fé que seja no mais puro destino. Se é para acreditar que seja na maior felicidade. Mesmo que, por momentos, me desequilibre, mesmo que tropece e caia e me magoe. Os sonhos não me vão deixar no chão por muito tempo. A fé que me carrega vai dar-me forças para continuar este caminho ou outro qualquer. O tempo vai ajudar-me a perceber que valeu a pena.

Créditos da imagem: Helena Simão

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