É tão fácil

É tão fácil cair no fosso do desespero e duvidar de tudo, principalmente de nós mesmos. É tão fácil perder o rumo, desencontrarmo-nos do mundo, perder a réstia de esperança de voltar para casa. É tão fácil fugir de tudo o que nos faz ir de encontro ao nosso eu mais profundo e mais escondido e encontrar desculpas para continuar a adiar esse embate que temos de fazer, mais cedo ou mais tarde, connosco.
É tão fácil perder a noção do que está certo e do que está errado, acreditar no embuste de vozes que não querem o nosso bem e que não sabem o que é o nosso bem. É tão fácil ficar, continuar naquele canto que conhecemos tão bem e que não nos faz felizes mas também não nos faz sofrer. O difícil é ir, é trilhar caminhos que nunca percorremos e que não fazemos a mínima ideia onde nos vão levar. O difícil é sair da nossa bolha de conforto, do nosso espaço do assim assim para ir para o desconhecido sem saber se nos vamos magoar e se vamos conseguir regressar.
É fácil cair, o difícil é conseguirmos levantar-nos e manter a força para continuar a cair e a levantar. É fácil seguirmos atrás de outros, fazer o que fazem numa tentativa vã de obtermos o seu sucesso, a sua felicidade. O difícil é percorrermos o nosso próprio caminho, descobrirmos o nosso sucesso e a nossa felicidade. Ninguém disse que seria fácil, mas uma coisa é certa: vai valer a pena.

Créditos da imagem: Helena Simão

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