Quando…

Quando os nós da vida teimam em não se desatar, respiro fundo. Volto para o meu mundo, cuido de mim, protejo-me e alimento-me de muito amor próprio. Quando as tempestades dos dias arrastam todas as memórias boas, apagam a chama da saudade e atiçam o fogo da raiva, sereno a dor. Se dói é porque sinto e se sinto é porque vivo. Aceito o sofrimento como parte do meu percurso, como uma etapa do meu crescimento e da minha maturidade.
Quando as desilusões ultrapassam os momentos felizes, aceito que é o fim. Só acabou porque a aprendizagem também terminou. Quando os abraços se dissipam no nevoeiro da esperança e os beijos se apagam na escuridão da distância, recomeço. Antes a oportunidade de começar de novo do que a ansiedade de procurar algo que não se vai encontrar.
Quando este mar se revolta e mostra as feridas contra a areia da praia, fecho os olhos e deixo-me embalar pelos tempos da vida. Nestas subidas e descidas, avanços e recuos, corridas ou paragens abruptas, a vida sabe o que faz. O que hoje me fez mal amanhã vai levar-me ao que me faz feliz. É nestes ‘quandos’ da vida que o melhor da vida acontece.

Créditos da imagem: Helena Simão

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